Aprender através da arte pode ser divertido

Crianças numa aula de educação pela arte por http://www.olesol.ie

Sempre fui apologista da Educação pela arte. Pelo assumir que cada pessoa tem formas de interiorizar e de compreensão da informação diferentes, e que quem ensina tem de estar sensibilizado a isso e para isso.

Acho também que se criam programas extensos demais opara serem dados em cada ano lectivo, o que obriga quem ensina a ter de ‘correr’ para lá chegar e aos alunos a se sentirem assoberbados.

Quando dava aulas de inglês a crianças dos 3 aos 9 anos fiquei sempre com a sensação de que mais importante do que apreenderem toda a informação, era se divertirem com ela.

Outra coisa que é fundamental é usar os pequenos factores de atrito que possam existir, a nosso favor. É muito complicado manter crianças destas idades, durante muito tempo sossegadas e focadas.

Cabe-nos a nós, tornar o ensino mais divertido e abrangente. Se quisermos, numa mesma temática podemos englobar uma série de actividades, que abordam a área de estudo e mais umas quantas.
E ao contrário daquilo que muitos podem pensar, estas cabecinhas jovens aprendem tudo e mais alguma coisa, e se estiverem divertidos, nem se apercebem.

Aqui podem encontrar dois videos distintos, um sobre a importância do uso do Yôga nas aulas e o outro é um exercício que pode ser usado para acalmar as crianças, que acho que são bons para os verem.

A primeira das dificuldades era conseguir que uma determinada classe entrasse na sala de aula, calmamente. As aulas extra-curriculares são por norma dadas à tarde, numa fase em que eles já estão mais cansados e irrequietos. Foi então que me lembrei de usar algumas técnicas de Yôga que pudessem ter o efeito contrário.

Expliquei-lhes que íamos entrar num reino mágico, no qual tínhamos de falar baixo, à formiguinha, para não assustarmos os seres que lá viviam e que tínhamos de nos transformar em borboletas antes de passarmos a ombreira da porta. Para que a transformação se desse, precisávamos de respirar fundo, de nos esticarmos para o céu e depois deitarmos o ar fora e irmos relaxando.

 A partir deste momento, não só os olhinhos deles brilhavam de alegria, como também estavam com muito mais vontade de entrar na sala e bem calminhos.

Quadro pintado por artista desconhecido e pensa-se que seja um retrato de Vivaldi


Quando estava a abordar a temática da Primavera, lembrei-me de usar as ‘Quatro Estações’ de Vivaldi. Antes de lhes mostrar a ‘Primavera’ pedi-lhes que tentassem perceber na música os sons desta estação do ano. E foi incrível! Eles descortinavam os sons dos pássaros, das abelhas nas flores e de tudo o mais relacionado com a Primavera. E não só funcionou muito bem em relação ao inglês como também no que diz respeito à música, nunca mais se esqueceram do Vivaldi. Muitos deles nem nunca tinham tido acesso à música erudita.

Aqui podem encontrar uma versão da 'Primavera' de Vivaldi, que é animada e explica a música.

'Noite Estrelada' de Van Gogh em masterworksfineart.com

Com as minhas filhas, vimos quadros de Van Gogh que elas tinham de observar e depois, inventar histórias para aqueles ‘cenários’.

Hoje em dia, com o recurso à internet e a uma série de aplicações, o conhecimento está sempre ali à mão. Há muito pouco tempo, a minha filha de 5 anos queria aprender mais sobre as borboletas, e fomos investigar quantos tipos existiam, e como elas se transformavam de lagarta em borboleta. Usei o Youtube para lhe mostrar imagens deste processo natural, desenhamos as várias fases e fazemos um pequeno teatro para a família.


Acredito mesmo que desta forma, a informação é retida porque vem associada a uma série de outras actividades que eles apreciam.

O nosso próximo projecto vai ser relacionado com os planetas do sistema solar. Ainda vou pensar no que vamos fazer, mas depois conto-vos como correu.

E vocês, o que acham destas ideias?

Têm experiências que queiram partilhar?

Sorriam e sejam felizes sempre,

Sara

Comentários

Mensagens populares