Alguma vez conheceram uma sereia?
As sereias - palavra que vem do grego Seirến - ainda hoje fazem parte do
imaginário de muitas meninas e meninos. A minha filha de 5 anos já me perguntou
se elas existem, e mesmo dizendo que existem nas histórias e na nossa
imaginação, acho que na cabeça dela elas existem mesmo.
Nunca imaginei que era uma sereia ou que gostava de ser uma,
acho até que estas gerações mais novas têm mais esta ideia por causa dos filmes
da Disney.
No imaginário das crianças, e penso que também no nosso,
quando pensamos em sereias vemos sempre um ser metade mulher e metade peixe,
com longos cabelos e muito bonita que encanta e fascina os homens.
Eu quando penso numa só me fica na ideia a parte maravilhosa
que deve ser nadar no fundo do mar, sem ter de vir a cima respirar, ver aqueles
vários tons de azul e verde e as mil e uma cores de peixes que se atravessam
pelo caminho. E os recifes de coral, e as rochas, e as dunas subaquáticas e as
conversas que elas ‘devem’ ter com os outros seres – será que os caranguejos
têm histórias giras para contar… e as lagostas?
Lembro-me de na escola estudar Camões, ‘Os Lusíadas’ mais
especificamente, e ouvir falar nas sereias que encantavam os marinheiros e de
adorar imaginar essas cenas como se fossem quadros. Assim, decidi investigar um
pouco qual seria a história destes seres mitológicos que surgem nas tradições
culturais de tantos povos.
Mapa do antigo reino da Assíria |
Deusa Atargatis |
Pensa-se que as primeiras histórias de sereias vieram do
antigo reino da Assíria, no norte da Mesopotâmia – onde hoje se encontram o
norte do Iraque, o nordeste da Síria, o sudeste da Turquia e
partes do Irão - nas quais a deusa
Atargatis se transformou numa sereia, depois de ter acidentalmente matado o seu
amado.
Estátua da 'Pequena Sereia' em Copenhaga, Dinamarca, foto de jornal Público |
As lendas ligadas às
sereias são mais recorrentes nos povos que habitam perto do mar, e existem
várias representações artísticas destes seres míticos. Há mais de 130 estátuas
de sereias pelo mundo fora, em países tão diferentes como a Rússia, Inglaterra,
Finlândia, Nova Zelândia, Brasil e Holanda. A que penso ser a mais conhecida é
a que representa ‘A Pequena Sereia’ dos contos de fadas de Andersen em
Copenhaga, Dinamarca.
Detalhe da sereia no Castelo de Durham, Reino Unido, foto de http://howarthlitchfield.com/3320-2/ |
No Castelo de Durham, construído
por volta de 1078, no Reino Unido, encontra-se aquela que se acha ser a mais
antiga representação artística de uma sereia. Na tradição eslávica, as ‘Rusalkas’
– equivalentes às sereias - são
consideradas uma espécie de fantasmas de mulheres que faleceram de uma morte
violenta ou então quando eram muitos jovens, por afogamento e acreditam, que elas
têm a capacidade de enfeitiçar os homens a seguirem-nas e a morrer afogados. Dvorak compôs uma ópera
baseada nas histórias chamada ‘Rusalka’.
Na China existem registos
escritos que datam do século XV, onde se fala numa sereia que chora e cujas
lágrimas se transformam em pérolas; no Hinduísmo menciona-se uma princesa
sereia e em África são consideradas seres maléficos que arrastam os homens para
a sua morte.
Brasão da cidade de Varsóvia, Polónia |
Mas nem todas as crenças
ligadas a estes seres aquáticos são negativas. Em Varsóvia, na Polónia, uma
sereia faz parte do brasão desta cidade e considera-se que é a sua protectora.
Na tetralogia de óperas de
Wagner, ‘O Anel do Nibelungo’ no epísódio do ‘Ouro do Reno’ também existe uma
representação das sereias na imagem das filhas do Reno e neste quadro de John
William Waterhouse está uma linda imagem de uma a pentear os seus cabelos.
Manatins ou Peixes-Boi, foto de National Geographic |
Quer se acredite ou não
que elas existem, Cristovão Colombo mencionou ter visto estes seres quando
explorava as Caraíbas e em pleno século XXI foram relatados avistamentos de
sereias em Jerusalém e no Zimbabué. Há quem ache que elas possam ter sido
confundidas com outros seres aquáticos como os manatins ou peixes-boi.
Esta aqui é a minha
representação; e vocês o que acham, são reais ou não?
Sejam felizes e sorriam
sempre,
Sara
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