As cegonhas levam os bebés nos seus bicos?
Aguarela original feita por mim e publicada na revista 'Calm' |
Nunca vi nenhuma a carregar bébés no bico. Pelo menos bébés
humanos. Mas já vi muitas por este Portugal
fora, especialmente a Sul. Não fazia ideia mas existem 19 espécies vivas
de cegonhas e embora sejam parecidas com as garças, as primeiras são mais
pesadas.
São aves longas, elegantes, com bicos enormes e a mim
transmitem-me sempre carinho e harmonia. O tipo de bico que têm – pode ser
ligeiramente distinto entre as várias espécies – depende da especificidade da
sua alimentação. Elas podem comer sapos, peixes, insectos, pequenos mamíferos,
pequenos pássaros e minhocas.
Aguarela original feita por mim |
Adoro ver como constroem os ninhos em locais altos e exíguos
como nas chaminés e postes de eletricidade. Os ninhos podem ser usados durante
anos e podem chegar a ter cerca de 2 metros de diâmetro e 3 metros de
profundidade.
Elas gostam mais de viver na zona dos trópicos, mas as que
vivem em locais temperados migram no inverno. Normalmente habitam em pântanos,
lagos e zonas inundadas e comunicam dentro dos ninhos, com um som forte do seu
bico a bater enquanto abre e fecha – será uma espécie de código de morse das
aves?
Mas afinal, elas trazem ou não trazem os bebés humanos no
bico?
Aguarela original feita por mim |
Bem, parece que esta lenda é bem antiga e tornou-se popular
com a história de Hans Christian Andersen chamada ‘As Cegonhas’. Nesta
história, as cegonhas retiravam bebés de cavernas ou pântanos e levavam-nos às
costas ou em cestos no bico, e deixavam-nos nas casas das pessoas que queriam
ser pais – algo que elas ficavam a saber porque estas pessoas demonstravam essa
vontade deixando doces nos seus ninhos. As crianças eram deixadas às mães ou
lançadas pelas chaminés.
Há várias crenças
associadas às cegonhas, umas boas outras menos. Na Alemanha e na Holanda
acreditavam que ter ninhos de cegonha nas chaminés era sinal de boa sorte, e de
protecção contra os incêndios; na Polónia, Lituânia e Ucrânia acreditavam que
elas traziam harmonia à família em cuja propriedade vivessem. Por outro lado,
ainda na Polónia, havia quem acredita-se que a cor branca das suas penas
simbolizava Deus e as penas pretas, o diabo- uma alegoria aos bons e maus
impulsos; e na Alemanha também podiam ser associadas a crianças portadoras de
deficiência ou a nados-mortos, como se tivessem havido uma espécie de problema
na entrega das crianças pelas cegonhas.
Curiosamente, no Antigo Egipto a cegonha simbolizava a ‘alma’
e a palavra hebraica para cegonha, chasidah, significa carinhosa/misericordiosa.
Na mitologia grega e romana eram consideradas bons pais.
Selo austríaco |
Selo do Congo |
Nas fábulas de Ésopo as cegonhas também são protagonistas em
mais do que uma história, e estão representadas em cerca de 120 selos em todo o
mundo.
Ainda fiquei a gostar mais delas, e vocês?
Fiquem bem e sejam felizes sempre,
Sara
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