Encomendas personalizadas






As encomendas personalizadas têm um gostinho especial. Não são mais importantes  que as outras, só nos obrigam às vezes a sair da nossa zona de conforto. Por outro lado, é muito gratificante fazer um boneco ou um quadro a pensar em alguém em concreto, mesmo que não conheçamos a pessoa em questão.

Foto de Robson Hatsukami  Morgan


Desta vez foi-me pedido um lobo para um menino de dois anos, que adora este animal.
Antes de começar a trabalhar num boneco novo, para o qual ainda tenho de fazer um molde, começo sempre por ver fotografias alusivas ao tema. Estudo as várias facetas, neste caso do lobo, e faço alguns esboços. Cada figura tem as suas características que a distinguem, e esses traços têm de estar lá.



Depois de vários rabiscos preparatórios, comecei finalmente a desenhar o molde e depois testei-o. Nem sempre acontece, mas desta vez fiz alterações ao molde até achar que estava como queria. Para mim, as características fundamentais eram as orelhas, o focinho e a cauda.



Decidi usar feltro branco na cara e na cauda do lobo, para dar mais a noção de pelo nestas zonas.

Já tinha decidido que o corpo do boneco ia ser cinzento, e nas orelhas gosto sempre de usar outro tecido com padrão, para além do da cor do resto do corpo.

 Depois de encher as várias peças e de as coser umas às outras, começo a pensar nas roupas que ele vai vestir. Como era para um menino queria que tivesse um ar mais masculino. Os calções decidi logo que seriam de ganga, e que a blusa seria mesmo com aspecto de camisa.

Como sabia que o lobinho ia andar pelo bosque, ele tinha de ter acessórios que o mantivessem quentinho – o fim do dia e as manhãs são frescas e há que ter cuidado com a geada… - e assim decidi fazer-lhe um gorro e um colete, ambos tricotados à mão por mim com lã preta. O cachecol veio no fim, para que ele não se constipasse.

A malinha era outro acessório fundamental, caso contrário onde é que o ‘Oly’ iria guardar os cogumelos e as plantas que apanhasse?

É muito engraçado e curioso, o facto de eu não gostar de comer cogumelos, mas adorar o seu feitio e as suas cores e gostar muito de os desenhar.

E para quê que ele apanhava estas plantas e fungos selvagens? Para poder fazer os seus remédios caseiros naturais, nos quais os seus amigos confiam quando não estão bem de saúde. O lobinho ‘Oly’ aprendeu estes segredos da natureza com a sua avó Matilde.



Os lobos são seres muito especiais, o seu uivo consegue ser ouvido a uma distância de cerca de 1 km, podem alcançar os 65 kms por hora quando estão em modo de perseguição e conseguem ouvir tão bem, que o caír das folhas não lhes passa despercebido no Outono. E gostam muito de andar em grupo, de pelo menos cinco, para não se sentirem sozinhos.

E claro, com isto tudo já tenho ideias para mais uma história nova, passada nos bosques…



Não acham que ele tem um sorriso e um olhar querido?

Sorriam e sejam felizes,


Sara

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