Pintar com linhas - entrevista a Rachael da Used Threads
Já alguma vez tentar bordar ou pensar fazê-lo? Bem, eu adoro esta forma de arte e já bordei e ainda bordo, mas nada como o trabalho da Rachael de 28 anos de South Shields, Reino Unido.
Ela literalmente parece
pintar com linhas. Ela borda flores e paisagens lindas e não o faz só para
decorar a casa, mas também para embelezar peças de roupa.
Vamos falar com a Rachael
e conhecê-la um pouco melhor…
Qual a origem do nome
‘Usedthreads’ (fios usados)?
Rachael (R) : O
nome surgiu porque recebi uma caixa muito bonita, cheia de linhas de bordar vintage, de uma senhora velhinha. Eu
detesto o desperdício e tenho tendência a acumular tudo o que tenha a ver com
artesanato, por isso toda a gente sabe que me deve dar materiais que já não
queiram. Também está relacionado coma minha decoração retro.
O seu logo foi
desenhado por si?
R: É muito mau
mas ainda não tenho um logo. Ainda não consegui encontrar a imagem certa para
aquilo que pretendo transmitir com o meu trabalho. Por agora é somente um dos
meus bordados preferidos.
Por quê que começou a
bordar?
R: Sempre gostei
de bordar. Era maioritariamente um passatempo. Bordava presentes, criava
pequenas colecções para mim própria e adicionava pequenas partes à roupa. Só
começou a ser algo mais sério quando criei a conta de Instagram para ir vendo o
meu progresso.
Que artistas a
inspiram?
R: Eu adoro
Klimt, Van Gogh, Wolf Kahn e tenho um fraquinho pela Frida Kahlo (e quem não
tem?)
Tem algum background
em bordados?
R: Não
propriamente em bordados, mas estudei têxteis e design de superfícies na
universidade.
Como é que aprendeu a
bordar?
R: Comecei a
experimentar vários pontos. Pensava no que queria recriar e daí escolhia os
pontos, tendo sempre em conta a textura que iria fazer.
O que é que mais a
atraíu nesta forma de arte?
R: Sempre gostei
de bordados. Adoro a ideia de fazer a forma com fibras, quase que como pintar
com linhas. Acho que o meu estilo é uma mistura de bordado com pintura.
O seu trabalho parece
mesmo que faz pinturas com linhas; também gosta de pintar?
R: Gosto mesmo!
Originalmente queria estudar pintura. Durante a minha infância e adolescência
adorava desenhar e pintar.
De onde vem a sua
inspiração?
R: Maioritariamente
da fotografia. Sou uma fotógrafa amadora; tiro fotografias onde quer que vou.
Também gosto da decoração de interiores dos anos 50 do século XX.
Usa algum tipo de
tecido ou de linhas?
R: Utilizo tudo
aquilo que tenho à mão: algodão, tela, linho. Uso linhas Anchor e DMC.
Gosto de usar linha número 6 de algodão. Gosto do acabamento mais espesso.
Trabalha a tempo
inteiro como artista/artesã?
R: Sim, tenho a
sorte de poder bordar a tempo inteiro. O bordado feito à mão consome muito
tempo.
Onde vende maioritariamente o seu trabalho?
R: Eu vendo o meu
trabalho através do Etsy e às vezes no Instagram. Nunca foi minha intenção
vender no Etsy, mas gosto mesmo da disposição dos produtos e a facilidade em
ver a lista e as vem das nossas peças. Não sou muito boa com computadores e por
isso preciso de ter algo simples de usar.
É difícil equilibrar
o tempo que demora a fazer a sua arte e o tempo que tem de passar nas redes
sociais a promove-lo?
R: Tento estar o
mais afastada possível das redes sociais, caso contrário os meus dias não iam
ser produtivos. Eu posto 1 a 2 vezes por dia. Seja uma peça finalizada ou algo
que ainda está a ser feito.
Que rede social
prefere? Por quê?
R: O Instagram.
Eu sou muito visual. Acho que uma boa fotografia nos puxa.
Que método acha que é melhor para ter mais
seguidores?
R: Eu não sou a
melhor pessoa para falar de redes sociais. Eu tento postar no Facebook
e no Twitter também, mas essencialmente está ligado ao meu Instagram.
Acho que se encontrarmos os hashtags
certos, que isso faz toda a diferença.
Acha que quantos mais
seguidores mais vendas?
R: Não acho que
corresponda a mais vendas, mas aumenta a nossa chance de mais pessoas verem a
nossa página e logo, o nosso trabalho.
Que tipo de embrulho
podem os seus clientes esperar ao fazerem uma encomenda?
R: Eu gosto de
embrulhar as minhas encomendas como se fossem presentes; embrulhados em papel
várias vezes, com fitas e laços e um papel de embrulho com padrão.
Vai a feiras?
R: Ainda não fui
a nenhuma.
Acha que é mais fácil
falar com os seus clientes em pessoa, ou prefere vender o seu trabalho online?
R: Era bom
participar em feiras e os meus clientes terem a chance de tocar e ver o meu
trabalho em pessoa. Onde vivo não há muitas feiras de sucesso, a não ser que
viajasse pelo país.
Que conselho pode dar
aos novos artistas/artesãos que queiram viver da sua arte?
R: Somos todos diferentes; o sucesso pode
vir de todas as formas e feitios. Nunca meçam aquilo que alcançam ou o sucesso
pelo sucesso dos outros. É tudo um processo. Tentem tudo até encontrarem aquilo
que tenha a ver convosco.
Se quiserem seguir de mais perto o trabalho da Rachael podem fazê-lo através dos links abaixo:
Sejam felizes e sorriam sempre,
Sara
Nota: Todas as fotografias aqui são da Rachael da Used Threads e são parte do seu trabalho.
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